Igreja Episcopal ordenará ministros transgêneros
Decisão polêmica dividiu lideranças
Nos últimos anos, o número de membros da Igreja Episcopal Anglicana, que é a Igreja oficial da Inglaterra, caiu para menos de dois milhões. Mas a frequência aos cultos de domingo, em média, é de apenas 658 mil pessoas.
As lutas internas e posturas dos bispos que comandam a denominação resultaram na perda de cerca de 200.000 membros e mais de 300 igrejas nos últimos anos. Em parte, o motivo para isso são as decisões da Igreja sobre questões sociais e políticas.
Nove anos atrás, a Igreja ordenou o seu primeiro bispo abertamente gay. A decisão tomada na Inglaterra dividiu a Igreja Episcopal em outras partes do mundo, especialmente na África e na América do Sul.
A Igreja Episcopal enfrenta agora decisões sobre cortes no orçamento e vendas de propriedade, incluindo o fechamento de paróquias por ausência de membros.
Durante a Convenção Geral da igreja norte-americana, realizada em Indianápolis, Indiana, a Câmara dos Bispos aprovou a proposta de alterar duas regras anteriores que proíbem a discriminação baseada em “expressão de gênero de identidade” ou no “processo de discernimento de leigos ordenados na vida, adoração e governo da Igreja”, relatou a agência de notícias da Igreja Episcopal.
Desse modo, os membros transgêneros, pessoas que trocaram de sexo, terão o direito de serem ordenados como ministros. A “Câmara dos Representantes”, outro órgão legislativo da Convenção Geral bicameral da Igreja Episcopal, deve aprovar a legislação. Para muitos líderes da igreja, essa decisão é uma medida de “inclusão”. Essa decisão deve repercutir e abrir precedentes nas assembleias episcopais de outros países em breve.
“Estou contente que estas resoluções tenham passado, pois têm um efeito muito significativo de validação, aos olhos da igreja, da humanidade dos transexuais”, afirmou a pastora Carolyn Woodall, da Diocese de San Joaquin. “Somos muito mal compreendidos e há uma grande falta de conhecimento sobre o que significa ser transexual”.
A pastora Susan Russell, que representa a Diocese de Los Angeles, é uma ativista em prol de grupos LGBTS, disse que a resolução traz à igreja “mais perto de fazer com que todos os sacramentos estejam disponíveis para todos os batizados”.
“O testemunho corajoso de nossos irmãos e irmãs transgêneros foi um bem extraordinário para a igreja, enquanto continuamos a crescer em entendimento e valorização da diversidade dessa grande família humana, amada por Deus”, acrescentou Russell.
Porém, alguns líderes da igreja se opuseram à decisão. “Acredito que precisamos ter uma discussão mais ampla na igreja, em nossas congregações, a fim de sermos capaz de falar sobre isso de maneira teologicamente saudável, com uma compreensão mais profunda do que significa ser um transexual”, disse o bispo Andrew Waldo, da Diocese do Norte da Carolina do Sul.
“Estamos entrando em um momento de erros individualizado… a liberdade de cada indivíduo de se autodefinir em todos os aspectos, de tal maneira que já não temos qualquer tipo de normas. Estamos entrando no caos da individualidade”, disse o bispo Mark Lawrence da Diocese da Carolina do Sul. “É um ídolo que vai nos quebrar”, alertou.
Os líderes da Igreja Anglicana também devem votar a aprovação de em uma liturgia para os casamentos de pessoas do mesmo sexo durante a Convenção Geral, que termina nesta quinta-feira.
Traduzido de The Christian Post
Fonte: Gospel Prime
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